Publicado em: terça-feira, 04 de julho de 2023

As restrições de mobilidade dificultaram a logística e o transporte de insumos agrícolas, como fertilizantes, defensivos agrícolas e sementes. Além disso, houve atrasos e interrupções no transporte de produtos agrícolas para os mercados de consumo, afetando a distribuição e o abastecimento de alimentos.

A instabilidade econômica global e a queda na demanda afetaram os preços dos produtos agrícolas, resultando em redução da rentabilidade para os produtores. A volatilidade dos mercados e as incertezas causadas pela pandemia dificultaram o planejamento e a tomada de decisões no setor agrícola.

Portanto, devido a esse fato inédito e histórico, os custos de produção da agropecuária e valores dos produtos e serviços tiveram uma oscilação significativa. Agora, com a normalização das cadeias produtivas e disponibilidade de produtos e insumos, é momento de analisarmos a retomada dos investimentos e vermos as oportunidades que o mercado nos oferece.

Importante lembrarmos que, apesar da desvalorização significativa do preço em reais da arroba do boi gordo, a moeda de troca do pecuarista é a ARROBA e em cima dela que devemos fazer as nossas seguintes análises de custos e investimentos.

Considerando os valores atuais do boi gordo em Junho/23 segundo o CEPEA, e compararmos aos dados do valor médio anual de 2022, vemos uma desvalorização da arroba na faixa de 23%. Essa alta desvalorização da nossa moeda de troca é fator decisivo na análise do investimento nas reformas de pastagens. Porém, é importante considerar que devido à queda também do valor dos insumos devido as normalizações das atividades nas indústrias e logística, os custos de formação de pastagens tiveram também uma baixa bastante expressiva, acima de 30%, segundo os dados do ANUALPEC.

As sementes de pastagens, que são os insumos mais importantes para a formação da pastagem tiveram uma queda ainda mais expressiva nesses custos. Variedades como a MG-5 Vitória estão com preços em torno de 40% menores que em 2022 e 54% menores que em 2021. No caso da MG-12 Paredão, o valor atual se encontra 55% abaixo do ano passado, e 65% comparado a 2021.

Quando analisamos os custos de formação de pastagens em arrobas de boi gordo, vemos atualmente um custo de 15,56@/hectare, enquanto nos anos anteriores os custos foram maiores, sendo de 18,17@/hectare em 2022 e 16,34@/hectare em 2021. Ou seja, quando analisamos o custo de reformar a pastagem nesses últimos, vemos que temos uma oportunidade melhor agora que em 2022 e 2021.

Para a safra 23/24, com a baixa probabilidade dos efeitos da La Nina, temos uma previsão climática favorável para a formação e desenvolvimento das áreas reformadas nas regiões Centro-Oeste/Sul do país, garantido assim uma pastagem melhor estabelecida, com maior produtividade e maior capacidade de carga animal.

Em relação ao investimento em compra de terras, vemos uma conta inversa. Usando como referência os valores de área de pecuária negociados na região de Campo Grande/MS, temos em 2021 um valor em torno de 65@/hectare, e atualmente em torno de 205@/hectare. Ou seja, uma valorização acima de 300% durante o período.

Uma vez que temos uma boa oportunidade de aumentar o rebanho, pois o valor da reposição caiu aproximadamente 16% nesse último ano de acordo com os dados do CEPEA, entendemos que a reforma de pastagens degradadas apresenta uma melhor oportunidade do que a aquisição de novas propriedades.

Uma frase de Warren Buffet que resume bem a nossa atual situação do agronegócio: “Tenha medo quando os outros estão gananciosos. Seja ganancioso quando os outros tem medo.”

Escrito por:
Grupo Matsuda

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