Publicado em: terça-feira, 25 de julho de 2023

Ter uma boa pastagem na época da seca é um grande desafio principalmente em regiões que enfrentam períodos prolongados de escassez de chuvas. A seca causa a diminuição da disponibilidade e da qualidade da forragem, que afeta a nutrição e o desempenho dos animais. Porém, uma estratégia que pode reduzir os prejuízos nessa época do ano e ser economicamente sustentável, é o uso do pastejo diferido.

O pastejo diferido, conhecido também como feno em pé, é uma prática de manejo muito utilizada na pecuária, principalmente nas regiões de climas definidos onde o período de seca é prolongado. Esta estratégia consiste na vedação da área de uma pastagem por um período de tempo determinado, permitindo que a planta consiga recuperar a sua estrutura vegetativa, onde além de acumular parte aérea (principalmente folhas) para os animais que posteriormente irão se alimentar delas, colabora com o desenvolvimento radicular da planta. Esse crescimento das raízes das pastagens permite a absorção de umidade em profundidades maiores, e assim um melhor aproveitamento hídrico do solo e um rebrote por um período mais prolongado na seca.

No entanto, para implementar uma área para pastejo diferido é essencial seguir alguns cuidados e considerações importantes. O primeiro passo é a escolha da área. Para que se tenha uma produção de forragem, é importante que o solo apresente boas condições para permitir o bom desenvolvimento das plantas. Portanto, recomenda-se a escolha áreas que não tenham problemas com erosão ou ocorrência de geada, e solos de boa fertilidade ou corrigidos e adubados.

A reserva de forragem dependerá do período de tempo que a pastagem ficará em descanso. Esse período pode variar de acordo com a escolha do cultivar, condições climáticas, de solo, e outros fatores. Normalmente, o período de repouso para esta finalidade é acima de 45 dias, permitindo assim o desenvolvimento das plantas e acúmulo de reserva foliar.

Outro fator importante é o controle da taxa de lotação da área. Devido à baixa disponibilidade de forragem e a diminuição da produção da pastagem, é comum uma superlotação na área. Para evitar que isso aconteça, é preciso fazer o ajuste da quantidade de animais observando a quantidade de forragem produzida pelo tamanho da área, evitando que aconteça o superpastejo e consequente diminuição da disponibilidade de alimento aos animais.

O mais importante, é a escolha do cultivar, O sucesso da implantação de uma pastagem diferida está completamente ligado a escolha da pastagem implantada na área. Materiais com porte muito alto, com talos e folhas duras, devem ser descartados para o sistema. Portanto, de modo geral, as pastagens do gênero Brachiaria (Urochloa) são as mais indicadas. Analisando dentro desse gênero, devemos escolher materiais que possuam caraterísticas físicas e morfológicas que sejam superiores para a época da seca. Além das características citadas anteriormente, de plantas de porte médio, com folhas e talos moles, procuramos também plantas que possuam uma boa qualidade nutricional, sistemas radiculares mais profundos, capacidade de rebrote e desenvolvimento vegetativo mesmo em períodos com escassez de chuva, persistência e boa tolerância a pastejo e ataque de pragas e doenças.

Portanto, para este tipo de estratégia, é recomendada a utilização da brachiária MG13 Braúna. É uma forrageira com a touceira com crescimento mais prostrado (decumbente), talos finos, excelente rebrota, fácil manejo e bom fechamento do solo. Suas folhas moles e talos finos contribuem para uma melhor qualidade e digestibilidade da forragem, sendo assim recomendada para bovinos nas fases de cria, recria e engorda, e produção de leite. Na época mais críticas do ano, tem se apresentado um material muito superior às outras variedades disponíveis no mercado.

Cassio Matsuda é pecuarista, engenheiro agrônomo formado pela UEL, Universidade Estadual de Londrina e MBA em Agronegócio pela Toledo Prudente

Escrito por:
Grupo Matsuda

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