Publicado em: terça-feira, 29 de agosto de 2023

O desenvolvimento de uma nova cultivar de forrageira é um processo que demora vários anos, desde o início das seleções dos materiais até a aprovação em campo, nas mais variadas regiões do Brasil. Além disso, demanda também muito investimento, estrutura e um corpo técnico capacitado. Apesar de toda essa dedicação, não existe um material forrageiro que seja adequado para todas as diferentes condições climáticas, de solo, topografia, manejo, espécies e categorias animais.

Uma alternativa para combinar características de diferentes forrageiras em uma mesma área de pastagem é o uso do consorcio de plantas. O primeiro tipo de consórcio utilizado pelos pecuaristas foi o de pastagens com leguminosas forrageiras, nesse caso, a planta leguminosa tem como função a fixação de nitrogênio atmosférico através da simbiose com bactérias, geralmente do tipo Rhizobium. Esse nitrogênio fixado no solo é posteriormente disponibilizado para as plantas forrageiras, que em consequência dessa melhor nutrição do solo, apresenta um incremento na produção de forragem para alimentação dos animais. Além disso, quando os animais se alimentam dessas leguminosas, há uma melhoria da qualidade nutricional da forragem, pois apresentam um alto valor proteico.

Posteriormente, iniciou-se o uso de cultivares diferentes de gramíneas em uma mesma área de pastagem, um exemplo de muito sucesso é o consórcio da brizantha MG13 Braúna com MG4 e Marandu (Braquiarão) na proporção de 33% para cada material. O resultado desta mistura é uma pastagem com um bom balanço de produção de forragem, bom teor de proteína e digestibilidade, tanto na época das chuvas como na seca, boa tolerância ao ataque das cigarrinhas das pastagens, rápida rebrota e tolerância ao período de escassez de chuva.

Pode ser usada tanto em sistemas intensivos como extensivos, é indicada para as categorias de cria, recria e engorda, e também para a produção leiteira. A partir da atualização recente das Leis de Sementes e Mudas, ficou permitido o armazenamento, beneficiamento e comercialização de sementes de pastagens de diferentes espécies e cultivares no mesmo lote comercial. Com essa flexibilização, houve um grande benefício ao produtor rural pois anteriormente, o cliente que tivesse interesse em semear um mix de sementes para formar sua pastagem, teria que fazer essa mistura em sua propriedade. Com essa alteração na lei, as sementes podem ser misturadas diretamente na indústria, com a utilização de equipamentos especializados e estrutura adequada. O resultado final é muito superior ao que era produzido nas fazendas.

Portanto, com a normatização da utilização da mistura de sementes de diferentes espécies e cultivares, esse mix de sementes viraram produtos comerciais. A mistura das cultivares MG13 Braúna, MG4 e Marandu possui o nome comercial MG-MIX Cerradão. Com o incentivo do uso do consórcio de forrageiras, há uma tendência de investimento e pesquisa em torno dos benefícios da utilização de diferentes materiais em uma mesma pastagem, e mais mix de sementes devem ser anunciados em breve.

Gilson de Oliveira é engenheiro agrônomo do Grupo Matsuda formado pela Unoeste, Universidade do Oeste Paulista, campus Presidente Prudente-SP

Escrito por:
Eng. Agr. Gilson de Oliveira

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