Publicado em: segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Escolher a espécie de forragem ideal é uma dúvida comum entre produtores rurais. Muitas vezes, eles optam por novidades do mercado, que possuem boas características, mas nem sempre se adaptam ao sistema de manejo da propriedade. Quando falamos de manejo, não estamos nos referindo apenas à entrada dos animais no pasto, mas também à adubação, ao controle de pragas e até ao tipo de animais criados.

Antes de discutirmos a escolha da espécie forrageira, é importante entender algumas características dos gêneros mais comuns. As Brachiarias, por exemplo, são forrageiras rústicas, de porte médio a baixo, que se adaptam a solos de média a baixa fertilidade. Elas apresentam uma boa qualidade nutricional e têm uma produção mais estável ao longo do ano. Já o gênero Panicum, conhecido como "capim nobre", exige solos de alta fertilidade e um manejo mais cuidadoso. Essas plantas, como a MG12 Paredão podem produzir até 35 toneladas de matéria seca por hectare ao ano, com teores de proteína de até 16%, dependendo do manejo e da adubação aplicada.

Cada forrageira tem suas particularidades, e essa diversidade permite escolher a espécie mais adequada para garantir o sucesso tanto na pecuária. Para definir a forragem mais adequada, é essencial levar em conta fatores que podem limitar a escolha do capim e o manejo, como a textura do solo, a fertilidade e o controle de pragas e outros.

Os principais fatores limitantes são:

  1. Textura do solo: Algumas espécies se adaptam melhor a diferentes tipos de solo. Por exemplo, espécies do gênero Panicum se desenvolvem bem em praticamente todos os tipos de solos, enquanto Brachiarias podem ser utilizados em solos mistos ou arenosos.

  2. Fertilidade do solo: A escolha da forrageira deve considerar a fertilidade do solo e o manejo desejado. Em solos de alta fertilidade, espécies como MG-12 Paredão, Mombaça e Miyagui são indicadas. Para solos de fertilidade média, Brachiarias como MG-5, Marandu e MG-13 Braúna são as mais adequadas. Já para solos de baixa fertilidade, as opções mais indicadas são Dictyoneura, MG-4 e Decumbens.

  3. Ataque de pragas: Algumas pragas, como as cigarrinhas, podem atrasar a recuperação do pasto ou até degrada-lo. Espécies como Ruziziensis e Decumbens são mais suscetíveis a essas pragas. Nesses casos, recomenda-se optar por variedades mais resistentes, como Marandu, MG-5 e MG-12 Paredão.

  4. Drenagem do solo: Em solos encharcados, as forrageiras do tipo Humidicola e MG-11 Tijuca se adaptam melhor, pois suportam uma lâmina de água. Em solos com má drenagem, Dictyoneura, MG-5 e até mesmo Mombaça podem tolerar curtos períodos de encharcamento, de até 10 dias.

  5. Categoria e espécie animais: A espécie de capim também deve ser escolhida de acordo com o tipo de animais da propriedade. Para equinos, ovinos e caprinos, forrageiras de porte baixo, como Aruana (para solos de média fertilidade), Dictyoneura (para solos de baixa fertilidade) e MG-18 Aries II (para solos de alta fertilidade), são boas opções. No caso de bovinos, forrageiras de porte médio a baixo, como as Brachiarias, são indicadas para a fase de cria. Já na recria, tanto Brachiarias quanto Panicuns podem ser utilizados. Para a engorda, o Panicum é uma excelente opção, pois potencializa a produção.

Em resumo, a escolha correta da espécie forrageira é fundamental para o sucesso da produção. Cada área e cada sistema de manejo têm suas particularidades, e o produtor deve considerar diversos fatores para fazer a melhor escolha, garantindo pastos produtivos e de qualidade durante todo o ano.

Escrito por:
Eng. Agr. Gilson de Oliveira

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